Resenha crítica do texto: Educomunicação: Noções básicas para ressignificação
da pratica educativa
SILVA, Lívia Fernanda Nery.
Educomunicação: Noções Básicas para a Ressignificação da Prática Educativa.
2014
1.CREDENCIAIS
DA AUTORA:
Lívia Fernanda Nery da Silva
é Doutora em Ciências da Comunicação -UNISINOS; Mestra em Educação - UFPI;
Especialista em Língua e Literatura Inglesa - UESPI
2.INTRODUÇÃO:
O livro é constituído de duas
partes e sua subdivisões, cada uma delas sob a responsabilidade da autora,
traduzindo sua fundamentação sobre a EaD, em abordagens que se completam.
Na primeira parte SILVA
discute em dois capítulos, a
Educomunicação: noções básicas para a ressignificação da prática educativa,
apresentando conceitos básicos como surgiu a EaD e as leis que a fundamenta.
No primeiro capítulo inicial
há uma visão geral sobre a educomunicação: aproximação conceitual e interface
comunicativa, relatando como as mídias passaram a integrar fortemente os
diversos campos sociais, dentre eles o da educação. Assim, várias são as
apropriações deste campo na própria história dos meios de comunicação e mais
recentemente, em ambiência digital, por meio da internet.
O segundo capítulo trata da modalidade EaD: a ressignificação da prática
educativa em ambiência comunicacional, onde a autora enfatiza dois
aspectos relevantes para a compreensão do que vem a ser EaD. A primeira é que
os sujeitos docentes e discentes não ocupam o mesmo lugar; e a segunda é que há
mediação tecnológica para a efetivação do processo ensino e aprendizagem,
conforme o Decreto nº 5.622/05.
Art. 1º Para os fins deste
Decreto caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na
qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem
ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com
estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou
tempos diversos (BRASIL, 2005, p. 1)
No subitem 1.1.2, traz como
foco a história da EaD, destacando que sua história corre paralela à história social da mídia.
Podendo se reclassificadas de diversas formas, alias em até cinco gerações,
assim classificadas: 1ª geração (1890), com o uso do material impresso, com
estudos por correspondência e individualizado; 2ª geração (1930/1960), com o
rádio e a TV; 3ª geração (final dos anos 60), com a integração entre os meios
anteriores, o telefone, os vídeos e as implantações de Universidades Abertas;
4ª geração (final dos anos 80), com a teleconferência, a videoconferência, e
mais tarde a transmissão em áudio e vídeo; 5ª geração, a internet e a rede de
computadores.
No subitem 1.1.3, a EaD na
América Latina onde o rádio foi elemento fundamental no processo de formação a
distância no momento de inchaço das grandes capitais.
Já no sub tópico 1.1.4,
nossa autora faz menção a Educação a Distância
no Brasil – A Educação por Correspondência, onde ela fala sobre o IUB-Instituto
Universal Brasileiro e sua evolução como meio de comunicação na EaD, através do
radio e a TV para ampliar o público-alvo.
Discorrendo no sub tópico,
1.1.5, a Educação a Distância no Brasil – A Educação via Rádio tendo nesse
contexto que a comunicação educativa no rádio teve como marco referencial a
criação, por Roquette Pinto, da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e de um plano
sistemático de utilização educacional da radiodifusão como forma de ampliar o
acesso à educação (SARAIVA, 1996). Retomando a trajetória da EaD via rádio,
confere, na década de 1970, o Projeto Minerva, que objetivava o atendimento
supletivo aos egressos do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), no
sentido de lhes garantir a formação das oito séries do antigo primeiro grau
(atual ensino fundamental). Esse programa se inseriu no contexto de ditadura
militar e do "entusiasmo econômico". Portanto, cumpriu com o objetivo
de qualificação da mão-de-obra para atendimento à crescente demanda de
industrialização vivido pelo país (OLIVEIRA, 2012).
Articulando ainda sobre a
EaD no subitem 1.1.5, a Educação a Distância no Brasil – A Educação via
Televisão, ressalta a importância da telenovela para o desenvolvimento da
educação a distância, já que estudos comprovaram a imbricação cultural da
telenovela como matriz comunicacional fortalecida na América Latina. No
contexto educativo televisivo, destaca-se a TV Globo, que deteve os direitos
autorais do remake da série americana Sesame Street7, em parceria com a TV
Cultura de São Paulo. Essa parceria foi a primeira e teve papel relevante na
produção e no desenvolvimento de programas de nível educacional em âmbito não
formal no Brasil.
No 1.2 fundamentação legal
da EaD no Brasil, destaca a
regulamentação do artigo 80 foi feita posteriormente pelos Decretos nº
2.494 e 2.561, de 1998; ambos revogados pelo Decreto nº 5.622, em vigência
desde sua publicação em 20 de dezembro de 2005. Este documento caracteriza
educação a distância como a modalidade educacional na qual a mediação
didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e
professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
A autora ressalta no 1.3 a EaD na universidade
federal do Piauí, onde a UFPI aderiu à educação a distância em 1999, mas
só em 2006, foram firmados convênios entre a UFPI, o MEC e o Banco do Brasil
para a criação do primeiro
curso na modalidade a distância da Instituição, denominado de Projeto Piloto,
tendo início, já em 2007, o curso de bacharelado em administração. O CEAD/UFPI foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) conforme a
Portaria nº 97, de 5 de março de 2013, publicada no Diário Oficial da União, em
2013.
Trazendo em seu ultimo item,
a Educação em ambiência digital na UFPI, na qual a ambiência digital na educação a distância pressupõe
a mudança dos atores educacionais e das práticas pedagógicas, pois são
requeridas competências tecnoculturais dos participantes do processo. Esses
atores trabalhavam em um sistema de comunicação eficiente e constante, para a
efetivação da aprendizagem dos estudantes dentro de um sistema comunicacional
bidirecional e efetivo.
3
INTERPRETAÇÃO
De um modo geral, a autora
apoia-se em diversos articuladores para emitir suas conclusões.
Enfatiza que a maioria dos
problemas abordados pelos autores envolvidos no processos EaD surge a partir de
um conjunto de ideias que foram se transformando em atitudes que funcionam com
um conhecimento de base. E é este conhecimento de base que que ela procura nos
fornecer, deixando claro que a formulação e resolução de problemas só podem ser
feitas por quem tem um bom conhecimento das doutrinas que rege a EaD na UFPI,
no Piauí e Brasil e a área da educomunicação.
Complementa com a posição de
diferente autores sobre EaD. Como BELLONI (2009), que propunham explorar uma nova forma
de educação: a aprendizagem aberta, enfatizando que a união da
educação e comunicação à distância só tende a crescer com o auxílio de
professores/tutores, tanto a distância com presencial e alunos sempre
interessados a estudar uma modalidade na EaD.
4.CONCLUSÃO
A obra fornece subsídio a nossa pesquisa a
medida que se trata das principais trajetória da EAD, reportando-se a
esclarecimentos mais distintos sempre que necessário.
Com sólidos conhecimentos
acerca da EAD, a autora empenha-se em apresentar clara e detalhadamente o
surgimento e características da pesquisa, levando-nos a compreender as ideias
básicas das várias linhas trajetórias traçadas pela evolução da educação a
distancia, bem como uma nova maneira de ver o já era de meu conhecimento.
É uma leitura que exige
conhecimentos prévios para ser entendida, além de pesquisas sobre a trajetória
da EAD, uma vez que as conclusões emergem a partir de esclarecimentos e
posições de diversos autores, sites e
instituições.
A obra tem por objetivo
informar e esclarecer, assim como oferecer sugestões para universitários e
pesquisadores, a fim de que possam realizar, planejar e desenvolver as próprias
pesquisas, na graduação e pós-graduação, utilizando do rigor necessário à
produção de conhecimentos confiáveis. É de grande auxílio, principalmente
aqueles que desenvolvem trabalhos acadêmicos no campo da educação, artes
literárias e cultura.
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